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Pacientes questionam o projeto de reforma da saúde: "Exigimos uma reforma que forneça soluções reais."

Pacientes questionam o projeto de reforma da saúde: "Exigimos uma reforma que forneça soluções reais."
Pacientes Colômbia, uma organização que representa 200 organizações de pacientes em todo o país, rejeitou esta semana a proposta de reforma da saúde do governo, submetida à Sétima Comissão do Senado para seu terceiro debate.
A iniciativa, segundo a organização, "carece de soluções estruturais reais e não atende às necessidades urgentes do sistema nem às dos pacientes. Trata-se, em essência, de uma reiteração do projeto de lei aprovado em segunda leitura pelo plenário da Câmara dos Deputados, ignorando também as informações técnicas submetidas às comissões deste Poder Legislativo ao longo de quatro meses".

A Sétima Comissão do Senado foi responsável por rejeitar o projeto de reforma anterior. Foto: El Tiempo

O grupo enfatizou que a proposta carece de respaldo fiscal ou orçamentário, sem o qual é inviável empreender uma reforma estrutural. "Mesmo assim, o governo insiste que os recursos atuais são suficientes e que não são necessários mais investimentos. No entanto, já administra 60% do sistema com resultados deficientes na gestão de portfólio, na garantia de direitos e na expansão da rede de serviços", acrescentaram.
Além disso, segundo a organização, o novo texto propõe um modelo que fragmenta ainda mais o atendimento ao distribuir a responsabilidade pela prestação de serviços de saúde entre múltiplos atores sem uma coordenação clara entre eles, o que acaba criando maiores barreiras para os pacientes.
"Com seu plano de eliminar as EPSs, o governo não deixou claro quem assumirá o papel de coordenador do sistema de saúde, o que é preocupante, pois dá a impressão de que está delegando governança sem uma direção clara. Essa falta de clareza também deixa uma lacuna na forma como o uso eficiente e transparente dos recursos será garantido", afirmaram em um comunicado.

O sistema de saúde enfrenta atualmente uma grave crise de financiamento. Foto: Ronny Suárez - EL TIEMPO

Da mesma forma, disseram os pacientes, a reforma omite ações concretas para fechar as lacunas no acesso aos serviços de saúde entre as áreas urbanas e rurais da Colômbia, onde muitas áreas remotas já enfrentam condições precárias sem garantias de atendimento adequado.
Em relação ao talento humano, não estão previstas ações concretas para seu fortalecimento. Atualmente, o país enfrenta uma carência de mais de 50 mil profissionais no setor e, sem medidas claras para sua formação, contratação e formalização, será impossível atender às necessidades do sistema e garantir efetivamente o direito à saúde”, enfatizaram.
Para o movimento, que representa a maioria dos pacientes do país, embora o novo texto mencione um modelo preventivo e preditivo, ele carece de medidas eficazes para cuidar dos mais de 16 milhões de colombianos que já convivem com diversas condições de saúde. Ao mesmo tempo, argumentam, o texto do governo aumenta o número de doenças preveníveis, como infecções sexualmente transmissíveis, sem nenhuma campanha clara de prevenção.
“Há mortes que poderiam ter sido evitadas, mas o governo não cumpriu seu dever. Esta parece ser uma crise exacerbada, mesmo criada por um governo, para justificar a aprovação de uma reforma que não resolve os problemas estruturais do sistema de saúde nem responde à gravidade da situação atual. É uma proposta marcada por manchetes, mas com poucos resultados efetivos”, disse Denis Silva, porta-voz da Pacientes Colômbia.

Denis Silva, porta-voz da Pacientes Colômbia. Foto: Arquivo Privado

Para Pacientes Colômbia, as decisões do governo estão levando a um "cenário de caos" no qual os pacientes continuam sendo as principais vítimas de um sistema que não garante o direito fundamental à saúde e à vida.
Na Pacientes Colômbia, reiteramos que o país precisa de uma reforma, mas uma que efetivamente amplie o direito à saúde, elimine as brechas sociais e territoriais, forneça novas fontes de financiamento, garanta maior gestão estatal, formalize os talentos da saúde e fortaleça um modelo real de prevenção e previsão. Apelamos urgentemente para que esta reforma não seja uma imposição política, mas sim um esforço coletivo que coloque os pacientes em primeiro lugar, ouça suas vozes e atenda concretamente às necessidades estruturais do sistema de saúde”, concluiu Denis Silva.
Jornalista de Meio Ambiente e Saúde
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